Portugal
Boticas - Região do Barroso
Na sequência do post anterior, onde foi referido o ?Reino Maravilhoso? ? Trás-os-Montes, sobre o qual escreveu Miguel Torga (natural de S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa e distrito de Vila Real), vamos agora debruçar-nos sobre Boticas, concelho localizado no norte do distrito de Vila Real, também na região de Trás-os-Montes? BOTICAS ? Porta aberta ao Barroso, às suas gentes e às suas tradições. Aqui há repouso, saúde e férias nas termas de Carvalhelhos. Há festas, gastronomia, vinhos ?mortos?, minas de ouro romanas e, à sua espera, rios cheios de trutas.
Boticas, rodeada pelos cerros e montes da Serra de Alturas, é terra fértil de bom pão e bom vinho. São famosos os vinhos ?Mortos de Boticas?, apetitosos claretes, guardados nas adegas em garrafas enterradas no chão fresco, excelente companhia para o presunto, o salpicão, a vitela do Barroso e as trutas recheadas à moda de Boticas. Depois, desafiando milhares de anos de História, descobre-se a antiga cidade romana de Batocas, as minas de ouro romanas do Poço das Freitas, os castros de Carvalhelhos e do Lesenho ou as igrejas românicas de Beça e Covas de Barroso.
As Termas de Carvalhelhos (Conhecer mais Termas de Portugal) As nascentes termais de Carvalhelhos, de águas bicarbonatadas, sódicas e fluoretadas, são recomendadas para o tratamento das doenças da pele, do aparelho circulatório e digestivo, dos rins e alergias. Rodeando o balneário todo o Parque Termal é um recanto frondoso, cruzado de riachos e suaves raios de sol. Daqui saem para todo o país as conhecidas águas de mesa de Carvalhelhos. Nas proximidades encontra-se o Castro de Carvalhelhos, fortificação proto-histórica convertida, durante a ocupação romana, num núcleo de mineração e tratamento de cassiterite, para a obtenção do estanho.
Circuito Turístico da Serra de Alturas
De Carvalhelhos em direcção à EN 311, cruza-se a Ponte Pedrinha, de origem medieval, e visita-se o viveiro das trutas de Relva. Depois, voltando à esquerda pela EM 519, vê-se o castro de Lesenho, um pouco antes de chegar a Campos.
A Igreja românica de Covas do Barroso, em forma de cruz latina, apresenta no interior belos frescos. Para lá do rio Covas são as terras férteis do Couto Dornelas, cuja antiga sede é a actual Vila Grande, onde se destaca o Pelourinho e a Igreja de S. Sebastião, que tem à porta uma dorna de pedra, medida para o tributo em cera que a Igreja pagava ao Arcebispo de Braga.
A 20 de Janeiro realiza-se a festa comunitária de Vila Grande com a famosa Mesinha de S. Sebastião, uma mesa posta ao longo das ruas, coberta de linho, que chega a ter 400 metros de comprimento, para servir a todos os romeiros e visitantes um almoço composto de pão, arroz e carne de porco cozida.
A caminho da Serra de Alturas, segue-se até Vila Pequena e daí até à aldeia de Gestosa, cujo casario é de pedra com telhados de colmo. Em Cerdedo visite-se a Igreja de Santiago, para, em seguida, subir ao alto da Serra, passando em Agrelos, Bostofrio e na aldeia Serrana de Vilarinho Sêco. Perto de Alturas do Barroso avistam-se panoramas onde as pastagens se enlaçam com os picos agrestes.
Um Passeio às Minas Romanas de Ouro
Saindo de Carvalhelhos segue-se até Beça para ver a Igreja Matriz românica do século XIII. Depois, descendo à EN 311, sobre-se ao Miradouro de Seirrãos, vendo Boticas lá do alto. No caminho para Bobadela passa-se pela Igreja românica de Sapiãos. De Bobadela à Mina romana de Ouro do Poço das Freitas o passeio faz-se a pé ou de jeep, atravessando a ponte romana de Esquerigo. O Poço das Freitas é uma exploração mineira a céu aberto, que pela sua extensão, cerca de 1.800 metros, é considerada a maior obra do Homem nesta região. A cerca de 3km de Ardãos situa-se a cidade romana de Batocas, cuja vida se ligava à exploração do ouro nas cortas e nas galerias aí existentes. |
Mina Romana de Ouro do Poço das Freitas |
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Centro da aldeia de Vilarinho Seco com o tanque e o Pelourinho |
Fonte: Folheto turístico da Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso
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