Portugal
Nasce Portugal
Quando a península Ibérica foi invadida pelos árabes, no século VIII, os cristãos refugiaram-se a norte, nas Astúrias. Foi daí que lançaram o contra-ataque para recuperar o território perdido. Essa guerra, feita de avanços e recuos, durou oito séculos e dá pelo nome de Reconquista Cristã.
Península Ibérica muçulmana e reino cristão das Astúrias.
O avanço da Reconquista Cristã até ao final do século XV.
No século XI, os cristãos já tinham recuperado cerca de um terço da península Ibérica, onde se formaram vários reinos. Destes, o maior e mais importante era o reino de Leão.
No tempo de Afonso VI, para o ajudar a combater os mouros, ali chegaram dois condes vindos de França: D. Raimundo e D. Henrique.
Conde D. Henrique
Autor anónimo do século XII
A ajuda prestada foi tão importante que o rei os recompensou. Raimundo casou com D. Urraca, a filha mais velha, e recebeu o condado da Galiza. D. Henrique casou com a outra filha, D. Teresa, sendo-lhe confiado o condado Portucalense, de onde virá a nascer Portugal.
Península Ibérica no início do século XII.
A INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL
O conde D. Henrique morreu novo, ficando D. Teresa a governar o condado. D. Afonso Henriques, o filho do casal, era uma criança de três anos. O menino foi educado por Egas Moniz e aos treze anos, na catedral de Zamora, armou-se cavaleiro a si próprio, como só os reis faziam.
Para conheceres a história de Egas Moniz clica aqui
O governo de D. Teresa não agradou aos nobres do condado Portucalense, acabando D. Afonso por liderar esse descontentamento. Os dois exércitos bateram-se na batalha de S. Mamede, em 1128. Afonso Henriques saiu vitorioso e passou a governar o território, com apenas 19 anos.Batalha de São Mamede
Aurélio Lino, 1922
Museu da Assembleia da República
D. Afonso não reconhece o rei de Leão, seu primo, como seu senhor e quer tornar independente o condado Portucalense.
Seguiram-se anos de guerra com Afonso VII, rei de Leão, até que este reconhece a independência de Portugal, em 1143, através da assinatura do Tratado de Zamora.
D. Afonso Henriques, 1º rei de Portugal.
1147 foi um ano decisivo para o novo reino, com a conquista de Santarém e Lisboa, alargando o território português até ao rio Tejo.
Já no início do século XX, o aguarelista Roque Gameiro
ilustrou assim estas importantes conquistas.
Acompanhado de apenas 250 guerreiros, entre eles Gualdim Pais, o rei atacou Santarém de surpresa. Ao romper da madrugada, os portugueses subiram a muralha, eliminaram os sentinelas e abriram a
porta do castelo aos companheiros, seguindo-se um impiedoso combate.
Aproveitando a ajuda, a troco do saque da cidade, de uma armada de 13 000
Cruzados a caminho da Terra Santa, Afonso Henriques conquistou Lisboa.
Cercados e atacados por 30 000 soldados, os árabes renderam-se após 4 meses.
Depois as conquistas estenderam-se ao Alentejo, comandadas pelo rei ou pelos seus aliados, como Geraldo Sem Pavor, abaixo representado no brasão de Évora.
Brasão de Évora. Origem Wikipédia.
Geraldo é um personagem histórico envolto em mistério.
Para uns foi um fora da lei fugido à justiça, para outros era um nobre de mau feitio.
Certo é que, comandando um exército de salteadores,
conquistou grande parte do Alentejo e tornou-se aliado do rei.
Para que o país fosse verdadeiramente independente era necessário o reconhecimento papal. Isso aconteceu em 1179, depois de muitas negociações, através de uma Bula do Papa Alexandre III.
Bula Manifestis Probatum, 1179.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo - Lisboa
Vê este vídeo, muito divertido, sobre D. Afonso Henriques
Após a morte de D. Afonso Henriques (1185), os mouros realizaram um poderoso contra-ataque (1190), recuperando muitas terras que o nosso rei tinha conquistado.
Este ataque árabe foi travado por D. Gualdim Pais, comandando os Templários na defesa do castelo de Tomar.
Castelo dos Templários, Tomar.
Construção iniciada por D. Gualdim Pais
no dia 1 de Março de 1160.
Fotografia: F. Piqueiro/Foto Engenho
Sabe mais sobre o cerco ao castelo de Tomar, clica aqui.
Só no reinado de D. Afonso III, 5º rei de Portugal, o nosso território foi definitivamente conquistado aos árabes, em 1249, pouco mais de um século após o nascimento de Portugal.
loading...
-
Liberdade
E porque agosto é mês de férias em Portugal, como se fosse janeiro no Brasil, hoje ficamos pela poesia! "Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. ...
-
Fanatismo
Flor Bela Lobo, poetisa portuguesa, mulher nascida no Alentejo. Optou por chamar-se Florbela d´Alma da Conceição Espanca. Viveu apenas 36 anos... Fagner gravou Fanatismo no seu álbum "Traduzir-se" em 1981. Florbela Espanca, "Fanatismo" in "Livro...
-
Não Tenho Pressa
E porque hoje é domingo! Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" Heterónimo de Fernando Pessoa "Não tenho pressa. Pressa de quê? Não têm pressa o sol e a lua: estão certos. Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas, ...
-
Quando Vier A Primavera
E porque domingo é dia de poesia hoje deixo aqui um pouco de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa em "Poemas Inconjuntos" "Quando vier a Primavera" "Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira ...
-
Ser Poeta
E porque hoje é domingo... E porque hoje é dia 8 de Março, dia Internacional da Mulher... E só por isso, apresento a vocês, Florbela Espanca, poetisa portuguesa nascida em Vila Viçosa, mulher alentejana que partiu cedo... Florbela Espanca,...
Portugal