Propositum capiunt Tartara, facta Polus.
As experiências com os programas e métodos de ensino durante os últimos 20 anos criaram uma série de problemas de fundo no sistema escolar, resolúveis apenas a médio e longo prazo. Com efeito, o ensino superior também não consegue funcionar eficazmente, pela falta de alunos adequadamente preparados pelo ensino básico e secundário. Infelizmente, o recente "Debate Nacional sobre Educação", promovido pelo CNE, deixou os assuntos metódicos no esquecimento completo.
A análise detalhada que efectuamos nos dois capítulos anteriores, baseada nas notas dos Exames Nacionais de Português e Matemática do 12º ano, demonstrou que um aluno médio não consegue ler, perceber e interpretar um texto escrito, tem falta de competências Matemáticas e de pensamento abstracto, com consequentes limitações graves em todas as disciplinas do currículo escolar.
Os problemas detectados originam-se nos erros metódicos, introduzidos com base em teorias pedagógicas cuja inconsistência foi já amplamente demonstrada nos últimos 20 anos de práticas educativas em Portugal, pelos resultados desastrosos obtidos. Como demonstrámos, o aluno médio, ensinado com base nestas teorias, não consegue adquirir na Escola nenhuma das competências fundamentais. Como consequência, estará fortemente limitado na continuação da sua educação, tanto a nível universitário, como ao nível da formação contínua, e nas possibilidades de emprego, durante a sua vida. Devemos sublinhar que as inevitáveis falhas na organização do processo educativo e na competência de alguns professores apenas ligeiramente agravam o efeito fortemente prejudicial dos erros metódicos.
O aluno médio, no final do 12º ano, deverá ter uma média de ?Bom?. Introduzidas hoje as alterações metódicas necessárias no ensino escolar, os alunos que entrarão este ano no 1º ano da escola primária terão todas as condições imprescindíveis para quebrar as tradições tristes às quais já estamos acostumados.
As medidas indispensáveis e urgentes já foram detalhadas nos capítulos anteriores, e incluem a introdução do método fonético no ensino de leitura, na escola primária, e dos exercícios para desenvolvimento das capacidades de memorização sistematizada, em todas as disciplinas do currículo escolar. Alem disso, devemos esquecer as tentativa inúteis de usar o pensamento "crítico e independente" dos alunos do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico. O que está em causa são os métodos pedagógicos inválidos, que travam o desenvolvimento intelectual do aluno e não lhe permitem dominar as matérias curriculares. As alterações propostas são compatíveis com o modelo escolar e o modelo de ensino existentes.